Discordo daqueles intérpretes que acreditam que em De int. 9 Aristóteles admita uma exceção ao principio de bivalência ou ao principio do terceiro excluido (cf Salles, p. 236)'. Não entrarei aqui nas razões do debate contemporâneo acerca da famigerada batalha naval, mas tenho a impressão de que esteja no mesmo piano da questão da kátharsis na Poética: ambos os debates são exteriores a Aristóteles. Aliás, se no primeiro, que remonta ao Renacimento italiano, é facilmente detectável uma infiuência neo-platonica no segundo —que começa com Ross e Lukasiewicz nos anos 20 do séc. XX— haveria justamente uma influência estóica. Para desmentir esses intérpretes bastaria lembrar algumas passagens aristotélicas, onde se diz categoricamente que toda afirmação ou que toda negação é verdadeira ou falsa. Uma está, aliás, em De int. 10, 20a 34, ou seja, no capitulo imediatamente.